Angelina Jolie é uma atriz versátil, mas que no geral sempre interpreta mulheres fortes em seus filmes, seja em dramas como "A Troca" (2008) ou em filmes de ação como os dois "Tomb Raider" (2001) e (2003). Seu longa mais recente, "Salt", que estreia nesta sexta-feira (30) nos cinemas brasileiros, pertence à segunda categoria.
Na história, Angelina é a espiã da CIA Evelyn Salt, que após passar por um 'perrengue' durante uma missão na Coreia do Norte se casa com um alemão (vivido por Mike Krause) e opta pelo trabalho burocrático em solo americano. No aniversário de seu casamento, o desertor russo Orlov (Daniel Olbrychski) aparece em seu escritório alegando que fez parte de um programa da União Soviética que treinava crianças para se tornarem assassinos quando adultos.
Para a surpresa da agente e de todos, o desertor anuncia que será colocado em prática um plano há muito tempo planejado para matar o presidente russo em solo americano por uma dessas crianças cobaias, agora uma mulher crescida. Até aí tudo bem. Só que a tal espiã dupla seria a própria Salt. E isso é só o começo do longa.
A protagonista inicia, então, uma corrida contra o tempo para provar que está sendo acusada por engano e salvar seu marido, enquanto é caçada pelos agentes Winter (Liev Schreiber) e Peabody (Chiwetel Ejiofor). Daí em diante, prepare-se para muitas reviravoltas na história - mas muitas mesmo -, além de perseguições, explosões e tudo mais que um filme do gênero costuma ter. A diferença é que, ao invés de um protagonista, aqui temos uma mulher.
Aliás, se há algo que Angelina consegue provar neste longa é que pode disputar de igual para igual com qualquer outro astro do sexo masculino o lugar de estrela dos filmes de ação. Ao contrário de suas produções anteriores, como "Sr. e Sra. Smith" e "O Procurado", aqui ela abandona a postura de bad girl e mulher fatal que lhe é comum para assumir uma fisionomia mais frágil. O que a torna mais convincente.
Dirigido por Phillip Noyce, que já havia trabalho com a atriz em "O Colecionador de Ossos", "Salt" só peca um pouco pelo excesso: correria demais, reviravoltas demais e uma história mirabolante demais. Mas consegue prender do começo ao fim, e traz todos os elementos para virar uma franquia, como a do agente Bourne de Matt Damon.
Em tempos em que Tom Cruise tem perdido a majestade como angariador de grandes bilheterias, Angelina parece ser uma das pessoas que vão disputar esse posto.
Veja o trailer do filme:
